É hora de gritar
- Tábita
- 26 de mai. de 2016
- 3 min de leitura

Gritem alto e forte, mulheres! O tempo de esperar nossos direitos e esperar por respeito, acabou. É hora de ir à luta, é hora de guerrear.
Pelo fim da cultura do estupro, que ocorre na mesa do boteco, na sala do chefe, na escola, na faculdade, nas festas de família. Essa coisa que destrói, sufoca, agride, perturba dezenas de mulheres todo dia.
Isso um dia após, Alexandre Frota, estuprador e machista confesso ser recebido no Ministério da Educação para discutir ideias.
Uma garota de 16 anos foi estuprada por 30 homens, no Rio de Janeiro.
Pouquíssimos jornais deram a notícia, os que deram informaram que a menina era usuária de drogas. Isso de certa maneira diminui o impacto da notícia. No fundo, estão dizendo: mereceu. 30 homens é gente demais. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30. Não passou pela cabeça de nenhum deles que aquilo era muito, muito mau? Não. Porque o machismo está em todo lugar, do seu lado o tempo todo.

É preciso pôr em prática a sororidade. A hora dessa palavra chegou.
O IBGE diz que somos 51,4% da população, no Brasil. Os homens, em geral, têm mães. O que você pode ensinar para o seu filho?
O exercício a partir de agora é: combater o machismo em todo tempo, em todo lugar.
Comece pelo seu irmão, pelo seu filho, pelo seu primo, pelo seu chefe.
Não deixe o tio, pai, primo ensinar para o seu filho o “fiu-fiu” contra a menina da esquina. Você acha bonitinho agora que ele tem 5 anos, mas aos 18 seu filho poderá estuprar uma garota.
Não ria da piada machista do seu chefe, nem dos amigos do seu irmão só para se enturmar. No seu ciclo de amizade pode ter um monte de estupradores e você finge que nem sabe. Eles podem nunca fazer nada, mas perpetuam o pensamento machista e isso por si só é perigoso demais. Combata o machismo ao seu redor. Discuta com eles sobre esses assuntos, explique, debata, não aceite. Nunca.
Não deixe de ajudar uma mulher em situação de risco. Nunca. Pratique a sororidade. Por falar nisso, tem um monte de amiga sua que ainda não sabe o que é sororidade. Explique por favor para pelo menos 10 delas. Pode ser por whatsapp, por facebook, pessoalmente. Mas por favor, certifique de que elas saibam. A corrente da sororidade só vai aumentar...

Se no ônibus ou metrô você perceber a ação estranha de um homem para com uma outra mulher, defenda-a, proteja-a. Quanto mais mulheres fazendo o mesmo, mais chances temos de nos salvar.
Denuncie comentários machistas no facebook. Dê um print, mesmo que esse alguém seja seu “amigo” e leve ao conhecimento das autoridades. Se você tem um amigo machista. De verdade, ele não é seu amigo.
Não aceite um namorado que determina o tamanho da sua saia ou do seu decote. Isso também é machismo. Enquanto os homens acharem que são seus donos, eles matarão “passionalmente”. Sejam donas de vocês mesmas!
E não, não assistam o vídeo da menina sendo estuprada. Se alguém enviar para você, denuncie essa pessoa. O combate tem que começar de uma vez por todas. Não diga que são psicopatas ou doentes. Digam que são machistas, que são criminosos.
Colocaram imagens do rosto da garota em um site de notícias. Os rostos que deviam estar estampados não eram dos 30 homens? Protejam as mulheres.
Deixem as mulheres em paz!
** (Hoje aconteceu com ela, mas amanhã pode ser com você. Inclusive no último domingo sofri um assédio assustador. Por muito pouco não consegui escapar. Da minha parte a denúncia foi feita e agora espero que a justiça seja feita).
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