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Marrocos em cinco dias - roteiro

  • Tábita Martins
  • 4 de dez. de 2016
  • 7 min de leitura

Cultura exótica, óleo de argan e o deserto do Saara, sem dúvida, dão belos cartões postais que nos convidam a conhecer Marrocos, mas o que torna este lugar encantador é a experiência pessoal, porque este lugar contagia de uma forma diferente cada pessoa que passa por lá.

Cinco dias em uma imersão cultural como essa não tem explicação: Acampar no deserto do Saara. Andar de dromedário, ser jogada no chão por este mesmo dromedário. Saber o que é um camelo. Ver a noite mais estrelada no meio do nada. Aprender a usar o véu. Expor minha figura na medina. Sentir-se a Jade. Entender o ramadã. Comer óleo de argan. Ver o nascer do sol no deserto. Descobrir que estou valendo 30 camelos. Perder meu passaporte. Achar meu passaporte. Aprender a negociar o preço das mercadorias. Expor a figura na medina como uma espetaculosa. Saber que a Glória Perez não mentiu e ver marroquino falando português. Saber que do outro lado do oceano tem um monte de gente linda, colorida e feliz.

Por essas e outras que uma das experiências mais impressionantes que tive na Europa acabou sendo minha viagem até a África(!?). Nunca imaginei que conhecer um pouco do Marrocos e arrastar meu sari na medina pudesse ser uma experiência tão rica.

No entanto, para que a aventura fosse mais prazerosa, optamos por contratar um guia antes de chegar lá e foi um dos melhores investimentos. Fizemos isso via indicação de outros amigos pelas redes sociais e por isso deixo o contato dele no final do texto. O país é grande e a língua é um dificultador e o guia já deixa tudo no esquema por um preço muito camarada, além de buscar e levar ao aeroporto e nos conduzir a uma experiência inesquecível pelo deserto do Saara.

Dia 1: Chegada em Marrakech Escolhemos um hotel chamado Cecil que se situava a metros da praça Jemma el Fna, principal ponto turístico de Marrakech. Apesar da excelente localização fomos abordados o tempo todo por ambulantes e comerciantes que pretendiam nos vender de tudo. É preciso um cuidado extra com aqueles que vendem fotos com macacos e com as mulheres que fazem tatoos de henna, pois eles são meio difíceis de convencer. Além disso, havia dezenas de crianças pedindo esmola em qualquer língua. Elas aprendem algumas expressões para comunicar com turistas franceses, brasileiros, espanhóis, alemães e por aí vai... Mas dado esses detalhes sobre a primeira impressão, a gente é tragado pelas lindas cores das roupas, das tendas, da movimentação e de tudo que se move e é exótico. Como gosto muito de fotografias, acabei conseguindo fazer lindas exposições aproveitando as tonalidades quentes e suas nuances por toda parte.

Dia 2: Marrakech - Alto Atlas - Kasbah Ait Ben Haddou - Ouarzazate - La valle de Rosas - Gargantas de Dades Na manhã seguinte, partirmos em direção ao deserto passando pelas montanhas Atlas, atravessando o porto de TiziN”Tichka, que tem 2.260 metros de altitude, com paradas para fotos e apreciação de belas vistas panorâmicas. Visitamos a cooperativa dos produtores de óleo de argan onde descobrimos o processo de extração e utilização. É possível comprar e comer do óleo numa espécie de molho especial. Lá fomos convidados a entrar numa roda de dança cantada pelas mulheres e animadas pelos homens marroquinos. As lojistas nos emprestaram lindas túnicas e nos encheram de adereços. Foi um momento lindo de confraternização, dança, festa e música.

Ainda dentro daquela vibração contagiante, seguimos viagem até a aldeia fortificada de Ait Ben Haddou, onde visitamos o famoso Kasbah (declarado patrimônio da humanidade pela UNESCO), este espetacular marco foi palco de filmes de renome como: “O Gladiador”,”A joia do Nilo”, dentre outros. Após o almoço na vila do local, seguimos viagem até Ouarzazate, considerada a grande porta do deserto . Mas antes disso, passamos pelo Vale das Rosas e pelo grande palmeiral de Skoura e Boumalne. Este vale que a gente apreciou do alto da montanha, tem uma vista incrível das flores mais características do Marrocos. Está noite ficamos hospedados em um hotel nas Gargantas de Dades, que é definitivamente um charme à parte, com toda aquela comida, sendo servida em um vasilhame espetacular, feito à mão. A noite estava linda e o ambiente muito agradável no meio das montanhas com toda aquela paisagem exuberante e terrosa. .

Um fato curioso é ver que todas as casas e, até mesmo o chão da cidade é da cor rosada, porque os marroquinos valorizam a cor da terra de onde tudo vem e para onde tudo vai, além de homenagear uma flor típica da região. Agora, vamos a melhor parte...

Dia 3: Valle del Dades - Gargantas de Todra - Erfoud - Rissani - Merzouga #PARTIU DESERTO do Saara

A ideia era passar uma noite sob as estrelas do deserto num acampamento real no Saara e entender como vivem as pessoas que habitam esse lugar magnífico com temperaturas que vão de um extremo calor ao frio insuportável. Esse passeio, é sem dúvida, indescritível. É uma espécie de experiência muito pessoal e difícil de ser explicada.

Sendo assim, vou me ater aos detalhes mais técnicos do programa, já que o texto é sobre o roteiro: depois do café da manhã partirmos em direção a Merzouga, passando pelas Gargantas do Todra. Este lugar é tão peculiar e diferente, pois há um rio com águas cristalinas em meio a paisagem desértica e árida. Foi possível entrar na água para refrescar do calor, sempre absoluto. Partimos para as impressionantes Dunas de Merzouga onde tomamos um chá de boas vindas e já sentimos o quanto é hospitaleiro o povo do deserto. Todos vestindo aquelas roupas tão características, com cabelos emaranhados de tanta areia e dentes sem muito cuidado, mas cada um com um sorriso mais encantador que o outro. Neste ponto, já havíamos deixado no albergue as malas e o que não usaríamos no deserto para partirmos mais leves numa caravana de dromedários (a diferença entre um dromedário e um camelo é o número de corcundas. O passeio é realizado por aproximadamente uma hora.

O dromedário, a princípio não foi com minha cara e me jogou no chão. Eles tem mais de 2 metros de altura e é muito perigoso e raro o que aconteceu comigo. Em geral, são dóceis e sociáveis. Mas depois consegui convencê-lo que eu era uma boa pessoa e partimos juntos até ao acampamento de tendas.

Fizemos uma parada no meio do caminho para ver o pôr do sol , no acampamento com direito a jantar tradicional e música típica e assim passamos a noite. Pudemos escorregar nas dunas com uma espécie de prancha depois do jantar e da música. Estava tão estrelado, tão lindo, tão mágico. Depois nos deitamos em nossas cangas para observarmos o quão único era aquele momento em nossas vidas. Dia 4 : Merzouga - Valle de Draa - Anti Atlas - Ouarzazate - Marrakech Despertarmos antes de amanhecer para contemplar o nascer do sol na grande duna no DESERTO DO SAARA, SIM!. O mais vívido nascer do sol que já presenciei. Completo e sem nenhum obstáculo à sua frente. Apenas a grandeza do sol.

Plenos, seguimos de volta a Marrakech, atravessando as áridas e ao mesmo tempo interessantes paisagens desérticas até chegar ao Vale do Draa onde, no caminho fomos fazendo várias paradas para fotos. Este vale é contemplado por quase 100 mil km de extensão de puro verde. O mais interessante foi vê-lo de cima, como uma espécie de oásis em meio a toda aquela terra rosada em volta. A temperatura por lá é mais branda e o ar mais agradável. Cruzamos o Anti Atlas, uma cordilheira montanhosa, para chegar a Ouarzazate, chamada de portal do deserto, almoçamos por lá e seguimos viagem cruzando o Alto Atlas até Marrakech.

Dia 5 :Visita de Marrakech Após o café da manhã, um passeio por Marrakech. Primeiramente uma rápida passada por Koutoubia, que é a famosa mesquita deles. É bonito de ver a devoção ao tocar o som da adoração que vem do local. Depois seguimos para o majestoso Palais da Bahia, que impressiona os olhos e o coração. E depois gastamos o resto do tempo em visita aos souks, na Medina para expor nossa figura (rs) e para conhecer os produtos locais. Tudo fica muito próximo a Jemaa El Fna, que á a principal praça da cidade, onde tem todo tipo de comércio, trocas, ambulantes. Uma verdadeira imersão cultural. Caminhamos pelas ruas da Medina e souks, a pé com um guia local. E neste dia, nós quisemos comprar tudo, pois todas as peças são tão típicas e únicas que é impossível não se apaixonar.

DICAS PARA QUEM VAI AO MARROCOS:

1- Contrate um guia. É a melhor forma de conseguir explorar o local em poucos dias. O contato do meu guia é esse que além de barateiro é um amor e ainda fala potuguês, espanhol, inglês, francês e bere bere (língua local)

2- Tenha uma caneta em mãos assim que pousar. Você vai precisar de verdade! Assim que você chega no aeroporto de Marrakech, antes mesmo de passar pela imigração, você terá que preencher um formulário com suas informações pessoais e sobre o local em que você rá se hospedar. Além disso, saiba o nome do hotel e outras informações.

3- Leve remédio para diarreia. Os temperos são fortes e por algum motivo, a maioria do pessoal que vai reclama desse incômodo. Os banheiros femininos são bem atípicos.

4- Evite chegar a noite, porque além de ser difícil andar pelas ruas você será alvo fácil de falsos guias. De preferência se não tiver um guia, pelo menos contrate um transfer.

5- Segurança... Bem, é um local seguro embora não pareça assim. Tem um grande choque cultural e a medina e região central são um pouco desorganizadas. Além disso, todo mundo quer te empurrar alguma coisa para comprar. E são insistentes. Não entre na loja se não for comprar, porque é quase impossível sair sem levar algo devido ao assedio dos comerciantes. Para mulheres, é melhor evitar andar totalmente sozinha por lá. Tentaram me comprar dos meus amigos por 30 camelos :/

6- Saiba negociar. Os preços não são fechados e você pode conseguir bons descontos. Trouxe um lustre de 20 dirhans por 5 :) E aproveite para comprar na cidade. Souvenir no aeroporto, obviamente, é caro e não tem negociação.

 
 
 

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Quatro irmãs que viveram a vida inteira dividindo um quarto incrível. Cheios de histórias, experiências, dicas. E que agora se recusam a aceitar a ideia de viver longe umas das outras...

 

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