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Sobre o medo

  • Táb
  • 7 de set. de 2016
  • 1 min de leitura

Eu sempre disse que tinha muito medo. Medo de bicho, medo de altura, medo de ficar sozinha, medo do escuro, medo de ser assediada, medo de me perder em meio a tantas palavras.

Eu sempre disse pra todo mundo que eu era covarde, medrosa, chorona. Até que essa semana minha amiga irlandesa me disse que sou muito valente e que estou aqui sozinha, enfrentando tanta coisa. E então percebi que sim. Ela tem mesmo razão.

Eu chorei numa ponte de cordas só com o oceano ao fundo dela, mas fui até o fim. Andei de camelo mesmo depois dele ter me jogado no chão. Eu dormi no deserto mesmo sabendo que era cheio de escorpiões.

Eu perdi as palavras tantas vezes quando o inglês não era suficiente para me expressar. Muitas vezes os amigos me roubaram a solidão, mas não me fizeram companhia e eu tive que voltar para casa a noite apavorada.

Eu tive que lutar com um homem que me assediou e depois procurar a polícia sozinha para registrar o fato.

Eu tive que pedir socorro em silêncio e quase ninguém para ajudar.

Eu tive medo um milhão de vezes. Eu tenho mais um milhão de medos. Mas eu sou valente!

Porque agora eu sei que não sou forte quando eu não tenho medo. Eu sou realmente forte, quando mesmo sem respiração, mesmo sem conseguir olhar para baixo, mesmo sem conseguir parar de chorar... Mesmo assim eu vou em frente. Eu vou em frente com medo mesmo. Aí sim eu sou valente pra caramba.

 
 
 

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Quatro irmãs que viveram a vida inteira dividindo um quarto incrível. Cheios de histórias, experiências, dicas. E que agora se recusam a aceitar a ideia de viver longe umas das outras...

 

o quarto agora é virtual.

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